
Um total de 423 pessoas morreram, de janeiro a novembro de 2024, nas unidades de pronto atendimento (UPA), Hospital Municipal de Brás Cubas e Vagalume, em Mogi das Cruzes. A Prefeitura tem 45.425 solicitações de consultas médicas e um tempo de espera, médio, de 586 dias. Os prédios dos postos de saúde estão em péssimas condições. Há contratos importantes como da Hemodiálise e da coleta de lixo hospitalar que vai vencer no começo do ano e nada foi feito pela atual administração para prever a renovação. Essas e outras informações foram mostradas, com provas e fotos, durante a reunião feita pela equipe de transição da prefeita eleita Mara Bertaiolli e do vice, Téo Cusatis, nesta última terça-feira.
O cenário é preocupante. Segundo a futura secretária de Saúde, Receba Baruffi, a estrutura atual da Saúde Municipal conta com 19 UBSs, 17 USFs, 13 Unidades Especiais, 7 Pronto Atendimentos e o Hospital Municipal. A equipe de transição fez diversas visitas a esses locais e o que foi encontrado é assustador: 27 unidades sem AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros); 12 com necessidade de reformas estruturais; 14 com necessidade de reparos; 20 precisando de troca de cadeiras odontológicas e 27 sem controle de pragas e limpeza de caixa d’água.
Durante as visitas, a equipe encontrou até barata em uma das unidades. Um dos postos que mais estão judiados é a UBS e PA do Jardim Universo. Mofo, paredes descascando, infiltrações, cadeiras com estofamento rasgados, salas médicas impróprias, entre outros problemas estruturais. O mesmo se repete na UPA do Rodeio, que tem, inclusive, rachaduras profundas.
Pontos de Atenção
A equipe de transição identificou alguns pontos importante a serem priorizados pela nova gestão, já que a atual não o fez:
– Contrato de Gestão HMMC tem vigência até 25/06/25;
– Contrato de Gestão PA Jardim Universo está em caráter emergencial com vigência até 27/04/25;
– Contrato de Gestão da Unidade Mãe Mogiana está em caráter emergencial com vigência até 09/05/25;
– Contrato da empresa de oxigênio, tem vigência até 09/03/25;
– Contrato com a Santa Casa foi renovado por apenas 6 meses;
– Convênio com Secretaria de Estado de Saúde para custeio do HMMC tem vigência até 31/12/2024;
– Contrato de Gestão Vagalume Saúde infantil, com saldo superior à R$3.000.000,00;
– Não há padronização das remunerações aos médicos plantonistas das OSS. Os valores de coordenação, por exemplo, variam de R$10.000,00 a R$45.000,00
Uma outra situação muito delicada é o contrato com a empresa responsável pela coleta de resíduosvhospitalares que possui vigência até 09/02/2025. `Conforme informado, a empresa não demonstrou interesse em prorrogar o contrato por um ano, tendo sido acordada uma prorrogação de apenas dois meses. É fundamental atentar para a necessidade de contratação emergencial, a fim de evitar a interrupção da prestação do serviço`, diz o relatório da comissão.
Alerta
A comissão alerta para aumento dos casos de dengue para o primeiro quadrimestre de 2025, índice elevado de densidade larvária. Plano de enfrentamento insuficiente tanto para as ações preventivas, quanto de atenção secundária e terciária.
Outro alerta é com relação ao serviço de raio-X instalado na UBS Vila Suíssa que, sem nenhum motivo aparente, teria sido desativado pela gestão Caio Cunha, sendo atualmente prestado nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e na Santa Casa. De acordo com relatório de oferta e demanda solicitado pela equipe de transição, mais de 6.200 pacientes aguardam pela realização do exame, com tempo de espera superior a 100 dias.