Um grupo de mulheres voluntárias do projeto “Mamas do Amor”, em Poá (SP), se reúne na tarde desta quinta-feira (31) para fechar com chave de ouro as campanhas de conscientização alusivas ao Outubro Rosa, que chamam a atenção para ações preventivas sobre o câncer de mama. A partir das 14 horas, elas irão participar de uma oficina para a confecção de próteses externas, no escritório Reis e Duarte Advocacia, no Centro de Poá, da advogada Jeruza Pacheco Lisboa Reis, representante da ONG “Mamas do Amor” na Região do Alto Tietê.
O evento vai contar com a presença da futura primeira-dama de Poá, Flávia Souza, esposa prefeito eleito Saulo Souza; a dra. Cláudia de Deus e a dra. Alexandra. “Faremos ‘mamas do amor’ para mulheres mastectomizadas. As peças, que são feitas com meias de nylon e alpiste, serão entregues para a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Poá ‘Ana Maria Guerra Guida’. No ano passado, fiz no escritório de Mogi das Cruzes e foi um grande sucesso”, salienta Jeruza Reis.
“A prótese externa é uma opção para quem não quer ou não pode por algum motivo fazer a cirurgia de reconstrução mamária”, explica Fernanda Chahin Bali de Aguiar, responsável e fundadora da ONG Mamas do Amor.
Em 2016, Fernanda recebeu o diagnóstico de câncer nas duas mamas e passou por uma mastectomia bilateral, ou seja, a retirada de ambos os seios. No local foram colocados expansores que futuramente seriam substituídos por próteses de silicone. Porém, trinta dias depois da primeira cirurgia, uma bactéria se desenvolveu na região e foi necessário extrair um dos expansores. “Já sem as mamas”, diz Maria Fernanda, “minha autoestima despencou e pensei em encontrar uma solução rápida, que me trouxesse alegria e me fizesse sentir novamente segura ao usar minhas roupas. Foi então que surgiu a ideia de construir uma prótese externa”.
A idealizadora da “Mamas do Amor” relata que fez vários testes com diversos produtos até finalmente chegar ao alpiste canadense e a meia de nylon fio 20, por perceber que as próteses feitas com esses materiais se moldam perfeitamente ao peito, devolvendo a aparência estética natural de mamas no sutiã.
Hoje, segundo Fernanda, já foram distribuídas mais de dez mil pares de mamas no mundo inteiro e voluntárias espalhadas pelo Brasil todo. “Quem puder doar alpiste, meias ¾ femininas, os insumos que utilizamos para fazer as mamas, são de suma importância. Também promovemos palestras motivacionais em empresas, fazendo as oficinas do ‘Mamas do Amor’.”, destaca Fernanda.
As próteses mamárias feitas com meias e alpiste não apenas têm uma utilidade prática, mas também carregam consigo uma mensagem de amor e esperança.