Silvia Chimello
A Prefeitura de Mogi das Cruzes ainda não decidiu sobre o futuro das obras de retirada da rotatória Kazuo Kimura, conhecida como Rotatória do Habib’s, no Mogilar, iniciadas pela administração anterior. A atual gestão informou que está revisando todos os contratos públicos vigentes, incluindo o projeto que prevê a instalação de um novo sistema viário na região, para avaliar a viabilidade de sua continuidade.
Segundo informações da Prefeitura, os tapumes colocados ao redor da praça da rotatória no final de 2024, como sinalização do início das obras, “foram retirados devido ao péssimo estado de conservação e serão substituídos”. Entretanto, as serviços estão suspensas neste momento para uma análise técnica do contrato.
A Prefeitura esclareceu ainda que a suspensão dos trabalhos no local também foi motivada pelo fato de a Construtora Kamilos, responsável pela execução, ter concedido férias coletivas aos funcionários. Segundo a empreiteira, intervenções de campo nesta época do ano são pouco produtivas devido às chuvas constantes, que comprometem o andamento dos serviços. “Após a conclusão da análise do contrato e dos projetos da obra, a atual gestão informará os próximos passos a serem adotados”, declarou a Administração.
O custo total da obra, financiada pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), está estimado em cerca de R$ 6 milhões. No final da gestão anterior, a Prefeitura havia comunicado que 10% dos serviços estavam concluídos, mas até o momento apenas as árvores existentes no local foram removidas, além de movimentação de terra inicial.
Projeto
A proposta de retirada da rotatória Kazuo Kimura começou ser discutida no início do governo passado. O ex-prefeito Caio Cunha tentou firmar parceria com a empresa Atlântica Construções, Comércio e Serviços, concessionária responsável pelo Terminal Rodoviário Geraldo Scavone, para realização das obras. Em troca, a Prefeitura cederia uma área do terminal para exploração comercial. No entanto, uma ação movida pelo advogado Marco Soares levou à suspensão dos trabalhos por decisão da Justiça, que apontou irregularidades no edital.
O projeto de instalação de um novo anel viário visa melhorar o fluxo de trânsito em uma área crítica, que recebe cerca de 90 mil veículos por dia. A proposta inclui a construção de um cruzamento no local da rotatória, com novos acessos e duas pontes sobre o córrego Lavapés, localizado na Avenida Yoshiteru Onishi.
Para a elaboração do projeto, foram realizados estudos de viabilidade técnica, impacto viário, contagens e simulações computadorizadas sobre o trânsito no local e seu entorno. Todas as licenças necessárias foram obtidas, incluindo a outorga do DAEE para a transposição do córrego Lavapés.
