Os bebês estavam com baixo peso, famintos, com lesões e sinais de desidratação (Foto: Governo do Estado)

PM apreende 163 aves do tráfico em Guararema; filhotes desnutridos e feridos são levados ao Cetras

A Polícia Militar apreendeu 163 aves resgatadas do tráfico de animais em Guararema, região metropolitana de São Paulo, após denúncia sobre um veículo suspeito. No porta-malas, os animais estavam em condições deploráveis, com falta de alimentação e cuidados básicos.

A apreensão foi realizada pela Polícia Militar, no centro de Guararema, após denúncia. Os animais estavam no porta-malas de um veículo, em condições precárias, em caixas improvisadas de papelão e madeira. Havia 36 filhotes de araras-canindé vermelha e azul, 125 pássaros jovens e adultos das espécies coleirinha, papa-capim e tiziu, e dois da espécie rolinha-fogo-apagou. Pelo menos 20 já estavam mortos. O motorista teria comprado as aves em uma feira ilegal em São Paulo para revendê-las.

As aves foram levadas pela Polícia Ambiental ao Cetras-SP, mantido pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do Estado de São Paulo, que conta com uma equipe multidisciplinar composta por tratadores de animais, técnicos, biólogos e veterinários. Lá, estarão protegidas, acolhidas e permanecerão em ambiente com temperatura e umidade adequadas, além de receber tratamento e alimentação especial de acordo com cada espécie.

Com essa apreensão, o centro totaliza 1.293 animais, entre eles 322 filhotes, vindos tanto de apreensões quanto de resgates. Segundo Lilian Sayuri Fitorra, diretora técnica do Cetras-SP, de janeiro a outubro de 2024, a unidade recebeu 6.770 animais, sendo 3.418 provenientes de apreensão, 802 de entregas espontâneas, 2.465 de resgates e 85 de outras origens.

“São espécies resgatadas de tráfico nacional e internacional, vítimas de atropelamentos, de colisão em vidraças, de acidentes com linhas de pipa, eletrocutados, feridos por projétil, agredidos por pessoas, atacados por animais domésticos ou ainda filhotes órfãos”, disse. Isso significa mais de 22 animais a cada dia sendo recebidos para o processo de recuperação. “O tráfico segue como o maior motivo dos recebimentos, especialmente de aves, que são encontradas sempre em situações muito precárias.”

Praticamente todos os dias o Cetras recebe animais procedentes do tráfico. “Este é um problema que não vai acabar enquanto tiver alguém comprando”, explica a diretora.

Havia 36 filhotes de araras-canindé vermelha e azul, 125 pássaros jovens e adultos das espécies coleirinha, papa-capim e tiziu, e dois da espécie rolinha-fogo-apagou.

As pessoas que compram animais silvestres no mercado ilegal não imaginam a dimensão do mal que fazem aos bichos e dos prejuízos que causam à biodiversidade. Além de privá-los de viverem livremente em seu habitat natural, mantendo-os em cativeiro de forma inadequada, fazem deles seus pets de estimação. E, muitas vezes, cuidam apenas enquanto são filhotes. Depois, pela dificuldade no manejo, pela alteração comportamental na fase adulta e pelo alto custo do tratamento, acabam soltando os animais em qualquer lugar ou entregando-os voluntariamente a um centro, como o Cetras.

Assim como manter em cativeiro um animal sem procedência legal, a soltura irregular também é crime. A orientação para quem possui um animal silvestre irregular é procurar o Cetras mais próximo para realizar a entrega voluntária, que é amparada por lei.

O Cetras mantém os animais até estarem recuperados e prontos para soltura. O tempo de reabilitação é diferenciado entre as espécies, podendo variar de uma semana a dois anos com todos os aspectos biológicos avaliados para a destinação correta de cada animal, sempre com a prioridade de devolução para a natureza.

São espécies resgatadas de tráfico nacional e internacional, vítimas de atropelamentos, de colisão em vidraças, de acidentes com linhas de pipa, eletrocutados, feridos por projétil, agredidos por pessoas, atacados por animais domésticos ou ainda filhotes órfãos.

Dos animais reabilitados pelo centro em 2024, 74,5% já foram devolvidos à natureza e 25,5%, entregues a instituições de apoio. Isso significa que mais de um quarto desses bichos, que poderiam estar em seu habitat natural, acaba vivendo em cativeiro por sequelas das ocorrências. Uma arara, por exemplo, que vive em média 70 anos, pode passar a vida toda numa gaiola, sem poder voar livremente.

 

Fonte: Governo do Estado

Publicado em: 5 de novembro de 2024

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