O jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira faleceu nesta quinta-feira (3), aos 97 anos, no Rio de Janeiro. Internado há algumas semanas no Hospital Santa Tereza, em Petrópolis, para tratar uma pneumonia, ele não resistiu e morreu devido a insuficiência renal crônica.
Cid era casado com a jornalista mogiana Fátima Sampaio Moreira, de 59 anos, e completou 97 anos no último domingo, 29 de setembro. Ele deixa dois filhos, Roger e Rodrigo, de casamentos anteriores. Segundo Fátima, nas últimas semanas o apresentador já demonstrava sinais de cansaço. “Passamos o aniversário dele no hospital. Ele me disse: ‘Estou cansado, meu corpo está cansado’”, contou Fátima, emocionada, em entrevista ao programa Encontro, da TV Globo.
Nascido em Taubaté, no interior de São Paulo, Cid Moreira iniciou sua carreira no rádio e consolidou-se como um dos maiores nomes da comunicação brasileira. Sua trajetória está profundamente ligada à história da televisão no país. Ele começou a trabalhar em 1947 e passou por grandes emissoras de rádio e TV, como a Rádio Bandeirantes, TV Tupi, Excelsior e TV Rio.
Em 1969, foi o primeiro apresentador do Jornal Nacional, da TV Globo, ao lado de Hilton Gomes, inaugurando o telejornal mais assistido do Brasil. Cid permaneceu à frente do programa por 26 anos, sendo o primeiro âncora da atração. Seu icônico “boa noite”, ao final de cada edição, era retribuído por milhares de brasileiros, que o viam como um membro da família.
Ao longo de sua carreira, Cid também participou de programas como o Fantástico e destacou-se por suas narrações de textos bíblicos, projeto que começou na década de 1990 e fez grande sucesso, especialmente com a gravação da íntegra da Bíblia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou sua morte em nota oficial: “Com tristeza, o Brasil se despede de uma das personalidades mais emblemáticas da história do nosso jornalismo e televisão. Seu legado será eternamente lembrado.”