Por Silvia Chimello
A Capemisa Capitalização, responsável pelo Hipercap Alto Tietê, anunciou o encerramento de suas atividades em Mogi das Cruzes, o que inclui a interrupção dos sorteios semanais que aconteciam na cidade, na modalidade “Filantropia Premiável”.
A suspensão dos sorteios, anunciada já a partir desta semana, representa um impacto direto para a instituição, que dependia desses fundos para manter serviços de saúde e filantropia para a comunidade.
A decisão, que a direção do Hipercap atribui a uma mudança em sua estratégia comercial, coincide com recentes polêmicas sobre propostas de alterações no estatuto da Santa Casa. No entanto, ambos os lados negam que esse episódio tenha influenciado o processo. Em nota, a Capemisa Capitalização comunicou que “a comercialização do Hipercap Alto Tietê-Mogi, títulos de Capitalização da modalidade de Filantropia Premiável, foi encerrada por mudança na estratégia comercial, sendo o último sorteio realizado em 27/10/2024”. A empresa preferiu não dar mais detalhes a respeito da decisão.
O presidente do Conselho Fiscal da Santa Casa, Flávio Ferreira Mattos, explicou que o Hipercap já estava em processo de expansão para operações nacionais e havia sinalizado que encerraria as operações regionais no Alto Tietê e em outras localidades. Ele destacou que a crescente concorrência dos sites de apostas, conhecidos como “bets”, pode ter contribuído para a inviabilização das operações regionais do Hipercap, afetando significativamente as vendas locais. No Alto Tietê, as vendas das cartelas já haviam caído de um pico de R$ 600 mil para cerca de R$ 180 mil no último mês.
Flávio destacou ainda que a futura mesa diretiva da Santa Casa, que será eleita em 6 de novembro, revisará o balanço financeiro dos últimos cinco anos e traçará estratégias para garantir a sustentabilidade da operação e equilibrar as contas. Ele deve concorrer ao cargo de provedor em uma chapa aos lado de Miriam Nogueira do Valle, presidente da Associação dos Voluntários da Santa Casa de Mogi (Avosc)
Segundo ele, a prioridade agora é enfrentar a falta de médicos em especialidades críticas e dar solução rápida para os casos de pacientes que ficam aguardando vagas no corredor. Flávio acredita que a futura mesa diretiva da Santa Casa, em alinhamento com a nova gestão municipal Mara Bertaiolli (PL) e Téo Cusatis (PSD, que assumirá a Prefeitura em janeiro, vai trabalhar para trazer soluções para os desafios atuais.