
Por Maria Salas
Criado para levantar quantas são as servidoras com fibromialgia em Mogi das Cruzes e fortalecer quem convive com a síndrome, o grupo Fibromialgia para Funcionários da Rede Municipal vai ajudar, inclsuive, para a criação de políticas públicas na Cidade. Desde o início do projeto, em 23 de abril deste ano, já foram identificadas 47 funcionárias, todas atuantes na área da Educação. Em alusão ao Dia da Conscientização sobre a Fibromialgia, celebrado oficialmente em 12 de maio, Mogi das Cruzes realizará neste domingo (18), um evento especial de conscientização. A atividade acontecerá no Parque Centenário, em César de Souza, das 11h às 14h, com a participação das secretarias municipais de Saúde, Esporte e Meio Ambiente.
“Pouco se falava sobre as pessoas com fibromialgia, até por desconhecimento mesmo. Agora, queremos dar voz a todas nós que sofremos com essas dores no corpo. É uma doença difícil de ser identificada. Desde o começo deste ano, estávamos em conversa com os vereadores Clodoaldo de Moraes e Inês Paz, a quem procuramos para falar sobre as nossas principais demandas, como reconhecimento do atendimento prioritário em todos os estabelecimentos, confecção da carteirinha para todos fibromialgicos e validade para a mesma, mais agilidade no atendimento do sistema municipal de Saúde e políticas públicas para nosso Município. Com a ajuda do vereador Clodoaldo conseguimos nos reunir com a prefeita Mara Bertaiolli, que nos acolheu com muito amor”, destaca a servidora municipal Graziele Cristina de Oliveira Eroles, de 46 anos. Ela atua na Secretaria Municipal de Educação e é responspável por essa pesquisa prévia que já identificou 47 funcionárias com fibromialgia.
Mais do que um espaço para estatísticas, o grupo tem se mostrado uma ferramenta de apoio emocional, troca de informações e fortalecimento coletivo. As participantes compartilham vivências, debatem legislações que garantem direitos, orientações sobre documentos médicos e, principalmente, acolhem umas às outras em um ambiente de escuta e empatia. “É uma troca mútua e temos nos ajudado, uma às outras, o que faz a diferença na jornada de lidar com a fibromialgia, uma síndrome crônica que causa dores musculares generalizadas, fadiga e outros sintomas, muitas vezes invisíveis aos olhos, mas com forte impacto na nossa qualidade de vida”, comenta Graziele, que integra o grupo Fibromialgia Mogi, que é presidida por Roberta Siqueira, de 41 anos.
Evento de conscientização
No Parque Centenário, a programação incluirá o plantio simbólico de mudas de árvores frutíferas, o que reforça a importância da saúde e do cuidado com o meio ambiente, além de práticas saudáveis e atividades físicas que colaboram com a qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com a síndrome.
O evento é aberto ao público e pretende sensibilizar a população sobre a realidade dos pacientes com fibromialgia, promover inclusão e divulgar ações que ajudem na convivência com a condição, reforçando a ideia de que informação e empatia são fundamentais.
Ao longo desta semana, a fibromialgia foi lembrada em rodas de conversa e salas de espera das unidades de saúde do Município, conforme previsto na Lei Municipal 6.879/2014. “A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Junto com a dor, a doença causa sintomas de fadiga e sono não reparador”, explica a secretária municipal de Saúde e Bem-Estar, Rebeca Barufi.
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a fibromialgia é uma síndrome que se caracteriza por dores generalizadas, principalmente na musculatura, que podem durar mais de três meses, sem apresentar, no entanto, evidências de inflamação nos locais doloridos. Com a dor, outros sintomas como fadiga, distúrbios no sono, alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais podem acometer os pacientes.
A doença é relativamente comum e, de acordo com a SBR, afeta cerca de 2% a 3% da população brasileira, com uma maior incidência em mulheres do que em homens, sobretudo na faixa etária entre 30 e 50 anos de idade.

A prefeita de Mogi, Mara Bertaiolli, com a servidora municipal Graziele Cristina de Oliveira Eroles
Quais são os sintomas?
- Dor generalizada é o principal sintoma e pode estar presente em diversos pontos do corpo;
- Fadiga como falta de energia e cansaço excessivos, mesmo após dormir muitas horas;
- Distúrbio do sono reparador ou profundo;
- Sensação de formigamento em mãos e pés;
- Dificuldades cognitivas, como problemas para se concentrar por longos períodos de tempo;
- Ansiedade e ou depressão podem estar associados.
Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia