Diversas máquinas, caminhonetes, caminhões e outros veículos da frota da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (SMIU) de Mogi das Cruzes estão parados no pátio da sede, na Vila Armênia, devido à falta de conservação e manutenção por parte da gestão municipal. A situação, além de representar desperdício de recursos públicos, revela um aparente descuido com o patrimônio municipal.
Informações obtidas pela reportagem da Vanguarda foram confirmadas por fontes que já atuaram na secretaria, bem como por funcionários da pasta, que preferiram não se identificar. Com o auxílio de imagens aéreas, essas fontes indicaram a localização dos veículos parados e apontaram os motivos pelos quais deixaram de ser utilizados em serviços municipais.
A negligência com esses equipamentos, que poderiam estar em operação a serviço da população, gera desperdício do dinheiro público e pode resultar em processos de improbidade administrativa pela má gestão do patrimônio público. A ausência de manutenção preventiva permitiu que parte da frota se deteriorasse por falta de planejamento e organização.
“Os prejuízos são evidentes: sem o devido cuidado, o dinheiro público investido na compra desses equipamentos está sendo perdido à medida que os veículos se tornam sucata — uma grave irresponsabilidade de quem deveria zelar pelo patrimônio público”, reforça uma das fontes.
Um exemplo é a antiga frota de 20 carros da marca Renault/Sandero ano2012 e dois Fox 2013 da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, doada à Prefeitura no primeiro semestre de 2024, e ainda parada no pátio por entraves burocráticos. Esses veículos poderiam ser leiloados, com a receita revertida ao Fundo Social de Solidariedade.
Outro caso é o de 13 veículos modelo Celta, ano 2014. Onde deles chegaram ao local em bom estado ao pátio da secretaria no último ano da gestão do governo Marcus Melo. Apenas dois desses veículos apresentavam problemas na época. Inicialmente, eles foram estacionados em frente ao escritório e depois levados para o setor de oficina, onde acabaram tendo peças removidas para utilização em outros carros. Hoje, muitos estão depenados, sem motor, câmbio ou para-lamas, inviabilizando a venda como veículos completos e destinando-os ao descarte como sucata.
Para exemplificar o impacto financeiro, um Celta que, segundo a tabela Fipe, poderia valer mais de R$ 25 mil, será vendido como sucata, sem documentação, para retirada de peças, a um valor muito abaixo do mercado.
A situação se repete nas caminhonetes S10, que estão paradas devido a falhas no controle de troca de óleo, o que resultou em danos severos aos motores. Fontes explicam que, devido à falta de planejamento, por vezes havia óleo disponível, mas faltavam filtros, levando à troca de óleo sem a substituição dos filtros — o que comprometeu diversos motores. Disseram que em alguns casos, diretores e motoristas chegaram a comprar filtros do próprio bolso para evitar danos maiores
A imagem área publicada pela Vanguarda do pátio aponta:
1. Sanderos doados pela Câmara em 2024, ainda parados por questões burocráticas.
2. Veículos em operação
3. Caminhonetes S10 (2019) com motores danificados pela falta de troca de óleo e filtro.
4. Caminhões em manutenção
5. Caminhões Canibalizados: veículos desmontados para retirada de peças.
6. Veículos para leilão como sucata: incluindo máquinas e caminhões canibalizados, que chegaram em condições de uso e agora estão depreciados.
Fontes explicam que, devido à falta de planejamento, por vezes havia óleo disponível, mas faltavam filtros, levando à troca de óleo sem a substituição dos filtros — o que comprometeu diversos motores. Em alguns casos, diretores e motoristas chegaram a comprar filtros do próprio bolso para evitar danos maiores.
A reportagem da Vanguarda encaminhou uma demanda para a Prefeitura para cobrar uma posição e explicações a respeito da falta de manutenção dos veículos. Se tiver resposta, a matéria será atualizada.