
Pacientes que são diabéticos e que fazem uso de insulina, diariamente, estão enfrentando dificuldades para obter o medicamento na Unidade Saúde da Família do Jardim Aeroporto II, em Mogi das Cruzes. Essas pessoas dependem da insulina que pegam no posto porque não têm condições de comprar o remédio na farmácia e não podem ficar sem tomar. A interrupção no tratamento do diabetes tipo 1 pode acarretar em problemas graves, de comprometimentos na visão até o coma e morte, em casos agudos.
Segundo uma das diabéticas que procurou a reportagem da Vanguarda para reclamar, e optou por não se identificar, normalmente, a unidade de saúde fornece a insulina para um período específico e quando acaba essas doses, os pacientes devem procurar o posto, novamente, para pegar mais.
´Então, hoje fui até o posto e recebi a informação de que está em falta e que talvez chegue apenas na próxima terça-feira. Como a gente não pode pegar mais insulina antes de acabar a que deram antes, fiquei em uma situação complicada. Estou sem remédio e não posso comprar do meu próprio bolso`, afirmou a paciente.
Outra reclamante salientou que não foi a primeira vez que houve falta de insulina nesta unidade de saúde e em outras da Cidade. ´Já passei por isso. Cheguei para pegar o remédio e não tinha. Daí não tinha também uma previsão para chegar e tive que fazer uma vaquinha entre a minha família para comprar porque nao posso ficar sem tomar a injeção. Hoje, pelo menos, falaram que a insulina pode chegar na terça, mesmo assim é muito preocupante porque me sinto mal se não tomar`, lamentou.
Quem entrega as doses aos municípios é o Governo do Estado e não é a primeira vez, neste ano, que a Secretaria de Estado da Saúde atrasa os repasses do produto. Em janeiro, aconteceu a mesmo coisa e a reportagem da Vanguarda mostrou isso. Por sua vez, quem repassa os medicamentos ao Estado é o Ministério da Saúde.
Na crise de janeiro, o governo do estado de São Paulo expressou preocupações significativas em relação ao abastecimento de insulina regular, apontando que o Ministério da Saúde não efetuou o repasse solicitado em dezembro de 2024 e que, na verdade, desde o meio de 2024, o estado tem enfrentado desafios na disponibilidade deste medicamento essencial para o tratamento de diabetes. Na ocasião, o Governo Federal negou que houvesse defasagem nas doses.
A reportagem da Vanguarda questionou a Prefeitura de Mogi a respeito das causas da falta de insulina na unidade do Jardim Aeroporto II e quis saber qual é a orientação para os pacientes que fazem uso e que estão sem o medicamento. Veja a reposta na íntegra: ´O Estado diminuiu a grade de insulina para menos de 50% em todos os municípios. A Assistência Farmacêutica orientou que as unidades dispensem para 15 dias de tratamento ao paciente e a unidade está orientada a pedir doses extra. A unidade citada vai para análise da Assistência Farmacêutica`, disse a Prefeitura.