O governo do Estado de São Paulo deu início ao projeto de parceria público-privada para instalar pedágios nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga. A partir desta sexta-feira (1/11), a concessionária Novo Litoral, vencedora da licitação conduzida pela Artesp, começará as obras nas estradas. O projeto prevê a instalação de 15 pórticos automáticos, conhecidos como free flow, ao longo dos trechos concedidos. Três deles serão em Mogi das Cruzes: dois na Mogi-Dutra e um na Mogi-Bertioga.
Com tecnologia de ponta, o sistema permitirá cobrança eletrônica baseada na distância percorrida, sendo considerado mais moderno e eficiente que as praças de pedágio convencionais. As tarifas, que variam entre R$ 1,08 e R$ 6,29, serão aplicadas após a realização das melhorias previstas.
O projeto enfrenta forte resistência dos mogianos, como vem sendo destacado pela mídia desde que o projeto começou a ser discutido durante a gestão do ex-governador do Estado, João Dória. Movimentos organizados e moradores de Mogi das Cruzes manifestaram-se várias vezes contra a cobrança de tarifas, especialmente na Mogi-Dutra, principal via de acesso à cidade, mas nada disso foi levado em conta pelo Estado.
O próprio governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que prometeu que não seguiria com o projeto durante a campanha para sua eleição em 2022, não manteve sua palavra e assim que assumiu anunciou que iria instalar os pedágios para conseguir arrecadar os valores para a realização das obras.
A questão se apresenta como um grande desafio para a futura prefeita, Mara Bertaiolli (PL), que assume o comando do município em janeiro. A cobrança de tarifas pode impactar no desenvolvimento econômico do município, apartar e dividir bairros, como a região da Divisa e do Taboão. Embora exista a possibilidade de isenção para residentes da cidade, não há ainda um posicionamento oficial sobre o assunto.
Sobre essa questão do pedágio, a prefeita eleita reforça o seu posicionamento contrário ao pagamento de pedágio pelos moradores da Cidade. Ela reafirma também que vai tratar desse com o assunto ao governo do Estado para tentar “buscar uma solução que não penalize economicamente o município e nem os mogianos”.
Investimentos
A Novo Litoral será responsável pela administração de 213 km de rodovias, que ligam o Alto Tietê à Baixada Santista e ao Vale do Ribeira, abrangendo cidades como Arujá, Bertioga e Santos. Com um investimento estimado de R$ 4,3 bilhões, o contrato de 30 anos prevê melhorias, como a duplicação de 90 km de pistas, construção de 73 km de ciclovias, e instalação de 27 passarelas.
A operação incluirá ainda oito postos de Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU) e uma frota completa para atendimento emergencial, que estará disponível nas rodovias, visando maior segurança e conforto para motoristas.
Pedágios
A parceria público-privada (PPP) prevê a instalação de 15 pórticos do sistema automático, conhecido como free flow, ao longo do trecho concedido. O sistema é totalmente eletrônico e diferente da forma como funcionam as praças convencionais de pedágio, permitindo uma cobrança aos motoristas pelo trecho percorrido.
Os totens automáticos que vão promover as cobranças possuem sensores a laser e câmeras com tecnologia que identificam o veículo em tempo real, permitindo a cobrança automática por tags veiculares (dispositivos eletrônicos instalado nos veículos) ou pagamento posterior nos locais a serem divulgados pela concessionária. O início da operação dos pórticos começará somente após realização dos investimentos previstos contratualmente.
Fonte: Governo do Estado