Vereador Marcelo Brás, integrante da CEI, mostra os materiais misturados para aumentar a pesagem dos resíduos (Foto: Rodrigo Niemeyr/CMMC)

CEI do Lixo realiza vistoria e encontra irregularidade na área de transbordo dos resíduos em Mogi

A Comissão Especial de Inquérito (CEI), instituída na Câmara de Mogi das Cruzes para apurar possíveis irregularidades na prestação de serviço de limpeza urbana na Cidade, fez uma vistoria na área de transbordo de lixo do Município e encontrou irregularidades no local onde os resíduos são coletados antes de serem encaminhados para o Aterro Sanitário em Jambeiro (SP).

Durante a vistoria, realizada na manhã desta quarta-feira (4), o presidente da CEI, vereador Iduigues Martins (PT), e os membros do grupo, integrado por Marcelo Brás (REP) e Inês Paz (PSOL), encontraram muito entulho misturado com o lixo, além de diversos itens recicláveis e restos de materiais de construção que estavam sendo tratados como lixo orgânico.

Todo o entulho, com o lixo, estava sendo encaminhado para o aterro sanitário em Jambeiro. Isso resulta em um volume maior na pesagem do material recolhido pela empresa responsável pela realização dos serviços, a Peralta Ambiental, que é remunerada por tonelada transportada.

Outro problema encontrado no local, de acordo com os membros da comissão, foi a falta de coleta do chorume. Tanto o lixo que chegava à área de transbordo quanto o encaminhado ao aterro sanitário espalhavam chorume diretamente no chão. “O que encontramos aqui na CEI nos surpreendeu. Muito entulho debaixo do lixo. Também verificamos que há muito chorume escorrendo pela estrada”, pontuou Iduigues Martins.

Durante a fiscalização, o grupo parlamentar ainda enfrentou dificuldades que, segundo os vereadores, estavam sendo impostas pela empresa Peralta, que teria dado a ordem de não descarregar os caminhões de lixo enquanto a CEI estivesse na área de transbordo.

No meio da vistoria, os vereadores disseram que encontraram alguns caminhões de lixo parados nos bairros, um deles cheio de terra e entulho. Quando questionado sobre o motivo de estar parado, o motorista informou que estava seguindo ordens da Peralta. “O entulho não está no contrato, pois o transporte deve ser de lixo. O peso do entulho em relação ao lixo é gigantesco e isso dá um grande lucro para quem transporta sobrepeso”, explicou o presidente da CEI, Iduigues Martins.

Os funcionários da área de transbordo informaram que diariamente são descarregados cerca de 40 caminhões de lixo no local. Após a descarga, o lixo é colocado em caminhões maiores e segue para o aterro sanitário em Jambeiro.

Publicado em: 4 de setembro de 2024

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