
Durante o Abril Azul, mês dedicado à conscientização sobre o autismo, o Imot, de Mogi das Cruzes, reforça seu compromisso com a inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), oferecendo informações e orientações. A unidade tem à disposição do cliente tratamentos específicos para alterações motoras e ortopédicas, condições frequentemente observadas nesse público. Segundo o ortopedista pediátrico Rodrigo Sbeghen, entre as alterações mais comuns estão a marcha na ponta dos pés e a rigidez constante no tendão da panturrilha.
O TEA afeta aproximadamente 2% da população mundial e se manifesta precocemente, ainda na infância. O médico Rodrigo Sbeghen, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, faz um alerta sobre a importância do acompanhamento motor em pessoas com autismo. O especialista do Imot ressalta que, embora a principal atenção clínica esteja voltada para os aspectos cognitivos e comportamentais, a avaliação motora e musculoesquelética também merece atenção: “As alterações musculoesqueléticas, quando não tratadas adequadamente, podem comprometer o desenvolvimento motor, a independência funcional e o bem-estar geral do paciente.”.
Segundo Sbeghen, a marcha na ponta dos pés é uma das alterações mais comuns em crianças com TEA, e pode ocorrer por diversos motivos, entre eles: hipersensibilidade tátil plantar; busca sensorial ou padrões motores repetitivos; hipertonia (tensão permanente) ou espasticidade dos músculos da panturrilha; e encurtamento do tendão de Aquiles.
“Quanto ao tratamento, a indicação é realizar sessões de fisioterapia com foco em alongamento do tríceps sural, exercícios de dorsiflexão ativa e propriocepção”, acrescenta o médico.
Alinhado a isso, o ortopedista pediátrico do Imot cita como fundamental a intervenção de terapia ocupacional voltada para regulação sensorial, com estímulos táteis e integração sensorial plantar. Órteses para manter o pé na posição correta também podem ser associadas ao tratamento.
De acordo com o especialista, o uso de toxina botulínica tipo A pode auxiliar no alongamento muscular. Já a indicação cirúrgica ocorre em casos mais complexos, nos quais não há resposta ao tratamento convencional e ocorre comprometimento significativo do movimento e das atividades diárias.

O ortopedista pediátrico Rodrigo Sbeghen alerta sobre a importância do acompanhamento motor em pessoas com autismo/ Foto: Divulgação