Por Sabrina Pacca
Imagine que você volte no tempo, lá para o final dos anos 80, começo dos 90, e consiga assistir a um show do Cazuza e presencie a estreia de Cássia Eller. Ou ajuste sua máquina do tempo para a década de 70, ainda quando os aparelhos de TV eram em preto e branco e você tinha que imaginar quais as cores da roupa de franjas daquele cara meio maluco que pintava o rosto para cantar e rebolava no palco, seminu, chamado Ney Matogrosso. Ou então que, por um acaso do destino, você esteja na fila do pão e encontre seu ídolo maior, o Dinho Ouro Preto. É, o rock pode fazer esses milagres aqui pelas bandas de Mogi das Cruzes.
Sabe do que falamos? Do projeto Rock Estrelas, idealizado, produzido e dirigido pelo músico Léo Zerrah, percussionista de mão cheia e um vocalista com muita personalidade. Mas não é que ele deixa a personalidade de lado e incorpora o Cazuza no palco? Há quem diga que é o próprio, no começo da carreira, com os cabelos cacheados, calça jeans apertada, óculos escuros e sua marca registrada, a bandana na cabeça. Léo dá um show e faz isso há bastante tempo.
Mas, há dez anos, viu Brenô, seu amigo talentoso como só, fazer um especial da Cássia Eller, lindo. Depois lembrou de André Mello, outro cantor mogiano incrível, que cantava um Ney Matogrosso como poucos, com todas as suas peculiaridades. E, obviamente, ligou para o Evandro Neves, o irmão gêmeo de Dinho, de pai e mãe diferentes. Brincadeiras à parte, muitos dizem que Evandro se parece mais com o Dinho do que o próprio Dinho e a voz, da mesma forma, se assemelha bastante àquele que é o líder do Capital Inicial. Por que não juntar tudo isso em um único show, para arrancar lágrimas e sorrisos emotivos do público?
E foi assim que Zerrah fez essas conexões e lançou o Rock Estrelas. ´As pessoas se animam bastante, algumas se emocionam de verdade. Já os assédios são principalmente por tirar fotos para postar nas redes sociais, o que a gente adora! Então, passamos a propor as fotos ao final do show e a fila fica grande para o registro fotográfico dos fãs`, afirma o artista.
Zerrah ressalta, ainda, que o coletivo é uma forma de homenagear o rock do Brasil. ´É muito comum se referirem a uma estrela do rock com o adjetivo em inglês Rock Star. O único que o fez em português, pelo meu conhecimento, foi Léo Jaime na Música Rock Estrela que deu nome ao filme longa metragem nos anos 80. Quando pensei na tradução para dar nome ao show, logo me veio a música. O que para mim é bastante significativo pela história do rock brasileiro`, salienta.
O projeto Rock Estrelas, além de seus ´band liders`, conta com a inclusão do trabalho árduo de mais profissionais. A banda é formada por Rafael Pereira (bateria e vocais), Kau Caldas (baixo e vocais), João Rafael (violão e vocais) e Adriàn Souza (guitarra) e a equipe tem Débora Lemos (produção de campo), João Correia (áudio, luz e audiovisual) e Fabio Blanco (técnico de som).
Por enquanto, para ver o Rock Estrelas, ao vivo, você precisa ser convidado para uma festa privada. Aliás, eles são a cereja do bolo de toda festa. ´Aguardamos propostas para show abertos pela Região. Esperamos que venha logo, tem bastante gente do público pedindo`, avisa.
Mas também tem um jeito para que você os veja pela internet. ´Quem quiser pode assistir online um show gravado no Sesc Bertioga postado no Canal Tributo Rock Estrelas no YouTube, entre outros vídeos. Seguir e acompanhar nosso trabalho em @rockestrelas no Instagram e Tributo Rock Estrelas na Página do Facebook. E tem um videoclipe fresquinho que acabamos de lançar`, diz Zerrah.