Por Sabrina Pacca
A Câmara de Mogi das Cruzes criticou, durante a sessão desta terça-feira, a escolha da Prefeitura de Mogi das Cruzes que, via edital de credenciamento, optou por doar uma área no valor de R$ 19 milhões, onde ficava a antiga fábrica da MaxLove, na Vila Suíssa, para uma empresa de pequeno porte que, segundo os vereadores, até há pouco tempo tinha um capital social avaliado em R$ 100 mil apenas, alterando, no meio do processo de doação, para R$ 1 milhão. Mesmo assim, esse capital seria três vezes menor do que os custos previstos para o conserto dos danos no prédio, hoje pertencente ao Município, e que durante a gestão de Caio Cunha foi depredado.
A empresa que a Prefeitura quer doar a área se chama Ecotec Equipamentos e Sistemas, especialista na fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação. O único sócio-proprietário se chama Ricardo Augusto Cialfi Abbondanza.
O presidente da Câmara, José Francimário Vieira de Macedo, o Farofa (PL), atendendo a um pedido do vereador Edson Santos (PSD), deverá convidar o secretário municipal de Desenvolvimento e Inovação, Gabriel Bastianelli, para dar explicações sobre a doação dessa área. ´Obviamente que essa doação só pode ser feita com a anuência da Câmara Municipal, mas seria muito mais fácil se a Prefeitura respeitasse essa Casa de Leis e já nos mandasse todas as informações necessárias. Mas, não. Temos que ficar provocando e pedindo para que venham aqui dar essas explicações`, reclamou o presidente.
Durante a sessão ordinária, o vereador José Luiz Furtado (PL) também questionou a decisão da Administração Municipal. ´É uma área muito importante, imensa e com um prédio grande que estava sob o cuidado da Prefeitura, mas esta deixou que fosse depredado. Agora querem doar uma empresa que venceu o edital de credenciamento, mas que é de pequeno porte, que estava com capital social inicial de R$ 100 mil e que tem dívidas, mesmo que negociadas, nos causando estranheza. A segunda colocada é uma empresa grande, que teria condições de assumir aquele local e a reforma do prédio, mas não foi escolhida. Qual a razão para isso. Precisamos saber`, salientou Furtado.
Já o vereador Otto Rezende (PSD) disse, à reportagem da Vanguarda, que já se preocupava com essa área há tempos, especialmente porque ela estava sendo ´depenada`. Eu peguei as fotos que mostram essa depredação e até os furtos dos vidros, informei ao prefeito Caio Cunha, mas a Prefeitura não fez nada para cuidar desse imóvel valiosíssimo. Uma pena deixar acontecer isso com a construção`, destacou (veja as fotos).