Por Sabrina Pacca
A Comissão Processante que investiga o possível crime de nepotismo, entre outras irregularidades, que teriam sido cometidas pelo prefeito Caio Cunha (Podemos) já agendou a série de oitivas das testemunhas de acusação e defesa do processo de cassação do mandato, movido pelo professor aposentado José Elias Alves de Barros. Já há uma data também para que Cunha seja ouvido: 2 de dezembro, às 10 horas.
Segundo o presidente da CP, vereador Eduardo Hiroshi Ota, do mesmo partido do prefeito, a irmã de Caio Cunha, Isabela Alves de Jesus da Cunha, que é personagem principal da denúncia – a informação é a de que ela trabalhava como secretária do prefeito, com direito a mesa na antessala do gabinete, o que seria considerado crime de nepotismo – será ouvida primeiro pela comissão. A oitiva de Isabela está marcada para o dia 18 de novembro, também às 10 horas.
No mesmo dia prestarão depoimento o secretário-adjunto de Governo, Rubens Pedro e Éric Welson de Andrade, secretário-adjunto de Desenvolvimento. Todos são testemunhas de acusação.
Já no dia 19 de novembro serão ouvidos a secretária municipal de Educação, Marilu Beringer; Vanessa Aparecida Alves Correa, assistente social e Celeste Xavier Gomes, secretária de Assistência Social. No dia 22, encerram-se as oitivas das testemunhas de acusação com os depoimentos da secretária de Cultura, Claudineli Moreira Ramos; Thiago Batalha, assessor da vice-prefeita Priscila Yamagami e Claudemir de Menezes, secretário-adjunto de Gestão.
Já as testemunhas de defesa. Escolhidas por Caio, começam a ser ouvidas no dia 26 de novembro, com o diretor do Semae, Francisco Cochi Camargo; Gabriel Bastianelli, secretário de Desenvolvimento Econômico e uma pessoa chamada Marcelo Prestes, cujo cargo o próprio presidente da CP não soube informar. Não há registro desse nome na folha de pagamento da Prefeitura.
No dia 28 de novembro serão ouvidos o presidente do Fundo Social, Márcio Maldonado e duas outras funcionárias de nomes Jaqueline e Mari, que Ota disse não saber quem são, tampouco seus sobrenomes.
No dia 29 será a vez da CP pegar os depoimentos de Jony Marcos Rodrigues Santos, secretário municipal de Gestão e de Eduardo Soares Lucena, coordenador de Gestão Pessoal. Caio será ouvido no dia 2 de dezembro.
Após as oitivas, a CP tem até o dia 31 de dezembro para apresentar a conclusão dos trabalhos e decidir pela cassação do mandato de Cunha ou não. Se for cassado, o prefeito poderá ficar inelegível para quaisquer outros cargos públicos futuros.
Notificações
Segundo o protocolo que definiu as datas as oitivas, a advogada do professor José Elias, que entrou com a representação contra o prefeito, terá de ser informada da agenda pelo próprio cliente, já que não teria, segundo Ota, deixado endereço ou qualquer meio de contato. Da mesma forma, o documento diz que, em relação ao prefeito, deverá constar que não foi apresentada em sua defesa a procuração do advogado dele, razão pela qual a CP deixou de intimá-lo.