Morreu nesta sexta-feira (24), o médico legista Dr. Wilmes Roberto Gonçalves Teixeira, aos 94 anos (de morte natural). Viúvo da professora Cândida Plaza Teixeira, falecida há alguns anos. Ele deixa os filhos Roberto, Ricardo e Renata.
O velório está sendo realizado no Velório Cristo Redentor, na Vila Oliveira, em Mogi das Cruzes. O corpo sairá neste sábado (25), às 16 horas, para o crematório Campo das Oliveiras, em Jacareí, no Vale do Paraíba, onde será cremado.
Nascido em 8 de maio de 1930, na cidade do Espírito Santo do Pinhal (SP), Dr. Wilmes ficou internado por mais de 24 dias, no Hospital Ipiranga. Ele era reconhecido como um dos mais renomados médicos legistas do país, foi autor da obra “Josef Mengele – Dos tempos de Guerra ao seu esqueleto”, sobre o famoso carrasco nazista, cuja identificação dos restos mortais foi feita por Dr. Wilmes. O livro foi laçado há dois anos, em março de 2023.
Graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em 1955. Fez residência em cirurgia geral no Hospital das Clínicas (HC) dessa instituição de ensino (1956-1958), e, posteriormente, se dedicou à área de medicina legal, obtendo o título de especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina Legal.
Dedicou-se à carreira universitária, obtendo o título de livre-docente na Universidade de Mogi das Cruzes com a tese Colposcopia Himenal em Perícias Médico-Legais (1977). A publicação desse trabalho original o fez ser citado em âmbito internacional, particularmente pela utilização rotineira do colposcópio no exame de lesões himenais em vítimas de crimes sexuais. Suas áreas de atuação, além da medicina legal, foram deontologia e bioética.
Suas pesquisas foram direcionadas à identificação de corpos de difícil reconhecimento (antropologia forense); na proteção de bebês e crianças espancadas; vítimas de agressões em geral; e de mulheres violentadas sexualmente, tendo publicações originais nesses campos em nível nacional e internacional.
Wilmes Roberto Gonçalves Teixeira foi um dos pioneiros, no Brasil, na abordagem da síndrome do bebê espancado, assim como na sistematização do exame de vítimas de estupro. Todo esse trabalho vem da identificação dos autores e das vítimas por meio do DNA, algo inovador para a época, inédito na América Latina.
Foi médico legista chefe de Mogi das Cruzes; médico chefe da Companhia Suzano de Papel e Celulose; coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (Cejam), em Mogi das Cruzes; e diretor do Centro de Investigações de Crimes Sexuais (Cics) da UMC, que durou até 2000, e fez o trabalho da equipe ser reconhecido em todo o País. Atuou também como consultor em casos de questionamento de responsabilidade médica.
Conquistou a posição de professor titular de medicina legal dos cursos de direito nas seguintes instituições de ensino: Universidade Braz Cubas (UBC, desde 2003); Centro Universitário Módolo (Unimódolo, desde 2004); e Faculdade Unida de Suzano (Unisuz, desde 2007). Na UMC, foi também professor titular de Medicina Legal e de Ética Médica no curso de medicina, além de medicina legal no curso de Direito.
