O clima esquentou nesta quarta-feira, na sessão da Câmara Municipal, entre os vereadores Iduigues Martins (PT) e Fernanda Moreno da Silva (MDB). Isso porque o petista reclamou que a Prefeitura de Mogi das Cruzes suspendeu as castrações de animais. Fernanda se irritou, quis defender o governo de Caio Cunha, e tomou para ela a reclamação do colega. Para tentar justificar a posição do Executivo, ela alega que o serviço não foi suspenso e sim que ´novas castrações não estão sendo marcadas a partir de janeiro` para se ´esperar um posicionamento do governo de transição`.
´Quero dar voz aos protetores de animais de Mogi, como a Esmeralda de Sabaúna, dizendo que o serviço de castração em nossa cidade está suspenso. Tenho observado que muitos serviços estão capenga. Corte em várias áreas e a castração, que foi terceirizada para dar melhor rendimento, como a Prefeitura mesmo diz. O serviço está parado. Se ligar para agendar, ninguém consegue. É triste um final de governo em que vários serviços estão sendo paralisados. Quando a gente faz o debate da causa animal, que é super importante para a sociedade, temos que falar dos serviços básicos para o cuidado com os animais. Deprimente. Fim de feira. Isso coloca em risco, inclusive, a saúde pública. Quero aqui registrar o protesto de protetores que lamentam essa suspensão`, afirmou Iduigues.
Fernanda pediu a palavra para justificar. Apesar de confirmar que os contratos com as empresas que fazem o procedimento devam ser renovados em 10 de dezembro, ela alega que é preciso aguardar a nova gestão eleita. ´O que houve não foi suspensão do serviço. A fila de dezembro já está preenchida, mas o colab não está agendando para janeiro. Vão verificar com a comissão de transição como isso vai ficar. As clínicas também param no final do ano para as férias. Isso vamos questionar para ver se tem uma resposta da equipe de transição`, destacou Fernanda, reafirmando que não só as clinicas, como o Núcleo de Bem Estar Animal e a Clínica Caramelo estariam fazendo as castrações sim.
Iduigues voltou a falar. ´Interessante, né? Algumas coisas esse governo vai rapidinho, assina e renova, como os dez anos para a empresa Princesa do Norte, que vence o ano que vem e já foi renovado em outubro. Agora, para outras, a gestão paralisa as atividades. Lamentável. O que vai acontecer com a castração a gestão não sabe`, destacou Iduigues.
Fernanda, então, se disse ofendida e pediu respeito ao colega. ´Não estou defendendo a Prefeitura. Queria que o senhor respeitasse minha trajetória. Dá a impressão que estou passando pano para a Prefeitura e que o senhor está cuidando, Preciso que o senhor me respeite. Sei as dores dos protetores porque eu também sou protetora. Vamos cobrar amanhã a Prefeitura e em janeiro vou cobrar a nova gestão também. Tem protetora que pediu mais de 150 por ano e outras menos. Me senti desrespeitada pela sua fala e estou aqui para defender a causa animal`, reclamou.
Surpreso com a postura da vereadora, Iduigues salientou que em nenhum momento citou o nome de Fernanda e que a causa animal não tem dono. ´É uma causa da sociedade e obrigação do poder público. Não falei da vereadora em nenhum momento, até porque a vereadora não é dona desse serviço. Continuo dizendo que é um governo de final de feira, no apagar das luzes e alguém que queira tomar as dores do Executivo, fica à vontade`, concluiu o petista.
A reportagem da Vanguarda procurou a comissão de transição de governo, já que foi lhe imputada, pela vereadora Fernanda Moreno, a responsabilidade de gerenciar o serviço de castração antes mesmo da prefeita eleita, Mara Bertaiolli (PL) ter assumido. Em nota, a comissão informou que ´a gestão eleita (2025-2028) não tem ingerência sobre os serviços prestados por empresas contratadas pelo atual governo até 31/12/2024`. Por outro lado, não houve nenhuma resposta por parte da atual gestão do prefeito Caio Cunha sobre o assunto.