A advogada Claudia Neves dos Santos, que representa o professor aposentado José Elias Alves de Barros, e que entrou com pedido de cassação contra o prefeito Caio Cunha (Podemos) por nepotismo, está questionando a Comissão Processante da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Eduardo Ota, do mesmo partido do prefeito. Ota, em uma fala um tanto confusa, na semana passada, havia dito que não existia no processo um meio de se comunicar com a jurista, um e-mail ou telefone sequer, e que, por isso, caberia a ao autor da denúncia convocar as testemunhas para as oitivas da CP, ou seja, repassou para o professor uma missão que não lhe caberia.
Claudia encaminhou, portanto, um ofício à Casa de Leis, primeiro para questionar a informação de Ota. Segundo ela, o contato de e-mail dela está na primeira página do processo, justamente para que a Comissão a mantenha informada sobre os atos oficiais. ´Contudo, estranhamente, jamais fui contatada`, diz a advogada.
Ela diz, ainda, que caberia somente à Comissão intimar testemunhas e não repassar essa função para o autor, uma pessoa comum (nas palavras dela). Claudia pede que as oitivas sejam reagendadas e que a Câmara cumpra seu papel para que seja afastada qualquer suspeita de que os vereadores da CP estariam favorecendo Cunha. ´A Comissão deve intimar as testemunhas, sob pena de desobediência, de modo a não extrapolar o prazo de 90 dias para julgamento da ação`, afirma.
A advogada também pediu que a Comissão obtenha imagens de entrada e saída de servidores municipais, no período de seis meses antes do pedido de cassação, registros de acesso ao gabinete do prefeito, além de extratos bancários da irmã de Caio, que é a principal testemunha da acusação, já que a denúncia de nepotismo se refere ao fato de que ela trabalhava como secretária dele, dentro da Prefeitura.